sexta-feira, 14 de maio de 2010

Pais, alunos e escolas: a web 2.0 e o fortalecimento de habilidades

O jovem dos dias atuais, por meio das tecnologias de informação e comunicação, pode ter acesso a uma infinidade de possibilidades





O meu último artigo publicado aqui no Educar para Crescer, “O NING e seu poder educacional”, apresentou diversas comunidades interessantes, como, por exemplo, Tecnologia em Sala de Aula, Compartilhando Ideias sobre TICs e Tecnologia na Educação, e propôs algumas reflexões.

O ensino educacional brasileiro está preparado para as novas tecnologias? Os professores têm know-how suficiente para aplicá-las em benefício dos alunos? Como tirar o melhor proveito dessas ferramentas?
Essas perguntas foram respondidas ao longo do texto, em um bate-papo descontraído com os leitores, e o retorno foi muito positivo. Recebi convites para visitar diversas comunidades e iniciativas interessantes, entre elas a Rede Vivo Educação, que tem como objetivo conectar pessoas dispostas a discutir e, principalmente, propor projetos em conjunto em busca de soluções para a Educação nesta sociedade em que vivemos hoje.

No texto de hoje, iremos comentar sobre investimentos educacionais e uma nova realidade do ensino mundial: com a consolidação das mídias sociais, os professores trabalham mais, principalmente além dos muros da escola. Isso porque é comum alunos tirarem dúvidas pelo Twitter, comentarem no blog da professora ou interagirem com os mestres no NING, Orkut e outras ferramentas digitais.

Essa conectividade toda ajuda no aprendizado do aluno e na assimilação do conteúdo? Os professores, por estarem quase 24 horas conectados, merecem uma remuneração extra? Os pais compreendem essa nova realidade e estão preparados? E as escolas? Têm infraestrutura adequada?
Discorrer sobre essas questões se faz cada vez mais necessário, já que o jovem dos dias atuais, por meio das tecnologias de informação e comunicação, pode ter acesso a uma infinidade de possibilidades, especialmente via web 2.0. Afinal, a tecnologia digital promoveu, especialmente na última década, mudanças significativas na sociedade e a escola já não pode mais negar as transformações ocasionadas nos processos de aprendizagem.
Sendo assim, é necessário que políticas e práticas educacionais sejam repensadas de forma a rever as estratégias de aprendizagem, a proposta de avaliação e a relação do aluno com o professor, assim como deste com a escola. Essa nova organização escolar deve estimular a participação colaborativa dos alunos, principalmente em ambiente digital e com ferramentas colaborativas com foco no desenvolvimento de suas competências básicas para participação em uma sociedade cada vez mais conectada.

Neste contexto, o professor deixa de ser o detentor exclusivo do conhecimento e passa a ser um orientador de trabalhos de pesquisa e um conselheiro de redes sociais, possibilitando que os alunos assimilem melhor os conteúdos e desenvolvam competências e habilidades da melhor forma possível.

Um outro papel importante é o das escolas, que precisam urgentemente compreender a mudança de paradigma e investir em salários adequados para os professores – profissionais com cada vez mais funções extra-classe -, e em equipamentos melhores, propiciando o uso de toda e qualquer ferramenta interativa e colaborativa.

E os pais, elementos fundamentais no sistema educacional? Cada vez mais apreensivos e compreensivos, estudam para compreender o mundo virtual e essa realidade. Sabem que seus filhos não podem ficar de fora e que o futuro irá cobrar conhecimentos e habilidades virtuais.

Sinais dos novos tempos! É a escola funcionando 24 horas por dia, a qualquer momento, em qualquer lugar.

(*) Luciana Maria Allan é diretora do Instituto Crescer Para a Cidadania e doutoranda na Faculdade de Educação da USP. E-mail: luciana@institutocrescer.org.br

Texto de Luciana Maria Allan
Publicado: 08/04/2010 11:50


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